sábado, 16 de junho de 2007

Carta Estadão II

São Paulo, 16 de julho de 2007


Sr. Editor do Caderno CIDADE/METRÓPOLE
SÉRGIO POMPEU

C/c ao sr. Alexssander Soares

No dia seis de junho enviei a V.S. uma carta referente à matéria publicada no dia três, “SP paga cirurgia de pets fantasmas”. Presumindo a possibilidade de que a mesma não tenha chegado ao seu conhecimento, vou reenviá-la, em anexo.

Não consegui evitar que o texto fosse longo, pois diante das graves inadequações contidas na matéria e da carência de estrutura essencial, senti a necessidade de expor um histórico sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido por certos defensores dos animais, que mudaram a história dos animais urbanos no município de São Paulo, trabalho esse que se tornou exemplar para todo o país. Vale notar que as ações incluem, com muita eficiência, atividades educativas e de saúde pública.

Ao tempo em que procurei ser didática e cronológica, defendí veementemente as entidades que foram injustamente desonradas. Atingiram pessoas que lutam por ideais nobres sem sacrificar seus princípios. Aliás, as denúncias e insinuações maldosas foram feitas há mais de quarenta dias e pergunto: o que foi encontrado? Conseguiram provar alguma fraude? Ficou tudo no nível do suposto?
Não suficiente, no dia quatorze deste mês, no mesmo caderno “CIDADE/METRÓPOLE, aparece: “Programa de castração paga a ONGs irregulares”.

Num conteúdo muito pobre em informação, mas pleno de má fé e inverdades, mais uma vez as entidades de proteção animal se vêm associadas a uma adjetivação pejorativa. O que o repórter entende por “IRREGULAR”? Sabe ele que em cada processo de credenciamento as exigências podem ser diferentes? Que se uma ONG não puder cumprir

uma determinada solicitação ela é reprovada por ESTAR irregular, mas isso não significa que ela SEJA irregular.

Como parece que o repórter tem dificuldade de entender, vou exemplificar: num dado edital, solicita-se que a ONG, para se credenciar, tenha que ter três veterinários, mas ela só tem um. Então, não pode ser aprovada, seria “irregular”...Num próximo Edital a exigência pode ser outra e, se ela puder cumprir, estará ‘regular”. Concluindo: generalizar, colocar no título da matéria “ONGs IRREGULARES” é altamente ofensivo e revela falta de sensibilidade de quem a escreve. No mínimo.

Finalizando: como presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, tenho oportunidade suficiente para conhecer, avaliar as entidades e posso dizer que as mesmas encontram-se com absoluta tranqüilidade para serem investigadas. Existe explicitude, correção...Gostaria, entretanto, de poder contar com embates mais honestos, justos, onde houvesse combinação de razão e emoção. Aqueles que detêm o poder da imprensa precisam ser cuidadosos em adotar um padrão básico de comportamento. A verdade não pode ser violada.

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